domingo, 24 de fevereiro de 2019

JÁ FUI DO SAMBA (A.Flora)


Eu já fui do samba
Hoje não sou mais
Fazia roda de samba
E hoje não faço mais
As letras eram de batuque
Exaltavam as mulatas geniais
E na passarela da avenida
Ao sou do repique e do tamborim
Elas Sambavam a noite toda
Dando brilho a passarela
Com suas belezas magistrais
Hoje não é igual
Esse  tempo que não volta mais
Samba no pé como antigamente
Não existem mais
Tiraram as mulatas
Verdadeiras estrelas
Do balanceado e do requebro
Como estrelas principais
Dando lugar a quem não conhece
O métier da ginga dos pés
Quando eram ministrados
Pelas comunidades
Era um verdadeiro carnaval
Exatamente para o povo
Hoje, carnaval elitizado
Saindo o verdadeiro brilho
De um carnaval de enredo
Não tendo mais as verdadeiras baterias
Que empolgava o povo
Que ficavam segurando a corda
E a escola com sua beleza
Passando pelas ruas dos bairros
E não em  sambódromos
De cimento armado
Para as elites de fora
Assistirem, e no final

Os sambistas cansados
Indo embora em  ônibus
E o governo satisfeito
No seu camarote
As nossas custas
Certamente curtindo
E os sambistas sambando
Como se fosse “Bobo da Corte”
Se reverenciando a eles
Em camarotes a base de Wiskys
Que nem mereciam estar presente
Na festa do povo
Já que eles não são povo
Usam o povo, apenas para curtir.
Eu já fui do samba
Hoje não sou mais
Graças a Deus!

domingo, 31 de maio de 2009

TRISTEZA CRUEL



TRISTEZA CRUEL
(Almir Flora)



Hoje a tristeza se apossou de mim
Tentei sorrir, tentei brincar, dançar, sei lá...
Não! Meu Deus! Ela chegou e quer ficar
Tenho medo, muito medo, Deus!
Vejo o sol! Mas cadê o seu brilho natural?
As estrelas! Desapareceram, de vez.
São trevas na mente e no olhar
Obscuro-me, calo-me, silencio-me,
Não ouço agora a voz da razão
Tento criar um personagem em mim
Sei lá! Um devorador de dragões
da insensatez e incompreensões,
Como personagem de Baudelaire
Em texto de Diários íntimos
Em que a tristeza é figura principal.
Ser bom e receber o mal?
Querer ser feliz, mesmo em pedaços?
Hoje a tristeza se apossou de mim
Nada muda somente o tempo, o tempo!
Ouço, pelas vielas: “Amor é love you”
Lindo, para que ama e é amado,
Aos sofredores só restam Maysa.

SIM, QUERDO DEUS.



SIM, QUERO DEUS...
(Almir Flora)

Sim quero Deus... Como quero Deus!
Não esse Deus de trocas,
Não esse Deus que oferece céus
E que a espécie é a figura principal
Não esse Deus que salva individual
Não esse Deus dos homens maus intencionados
Não esse Deus que oferece riquezas,
Mas não ensina a dividir
Não esse Deus de templos suntuosos.
Quero um Deus que me mostra a rua,
Quero um Deus que me ensine a ser tolerante,
Quero um Deus sem discriminação
Quero um Deus que abre meu coração
Para que eu possa ser útil ao próximo
E que nada peço em troca
Quero um Deus que me ensina a amar,
Amar sem distinção, sem interesses.
Quero um Deus que grite às injustiças
Quero um Deus das crianças,
Quero um Deus dos velhinhos,
Quero um Deus que mostre o caminho
Esse caminho, que leva ao amor,
a bondade e ao coração puro.
Quero um Deus que me leve,
Sem antes eu cumprir o que pediu.
Quero um Deus afinal de um amor puro.

NÃO SEI


NÃO SEI
(Almir Flora)

No escuro dessa solidão nada vejo
Há não ser as incertezas presentes
Fujo dessas máscaras que afrontam
O meu ser, meu corpo e minha alma.
Uma solidão tão triste e inacabada.
Que mostra o quanto é triste
A solidão-solitária
Minha alma carece de desejos
E eu aqui nesse monte, querendo ser
E não podendo ser, o que o ser quer.
Só me resta os imaginários da própria mente
a querer descobrir o óbvio: o amor.

sábado, 30 de maio de 2009

UMA LINDA MULHER



UMA LINDA MULHER...
(Almir Flora)

É uma linda mulher...
Seus lindos olhos, seu olhar penetrante.
Doçuras em palavras ditas,
seu modo, seu físico, sua sensibilidade.
É uma linda mulher...
Seu encanto, amiga, companheira,
Sincera, independente e sagaz.
Mulher verdadeira, decidida,
Meiga e solidária.
Assim é você, menina,
Com todas as virtudes.
Seu amor aos seus, a santifica.
Sua alma que embeleza,
E erradia alegria e sorrisos
Merecedora de todas as lisonjas
Posso vê-la, por tela,
E através dela sentir o seu aroma virtual
O seu perfume de mulher.
Uma linda mulher...
Seu nome, um belo nome,
Ah! Seu nome eu digo?
Não...! Apenas posso dizer
Que é uma linda Rosa Vermelha.

NÃO SEI MAIS CHORAR



NÃO SEI MAIS CHORAR
(Almir Flora)

Não sei mais chorar,
As lágrimas secaram
Foram tantos sofrimentos,
Imensas amarguras,
Minha alma tão dilacerada
Não tenho forças para continuar
Amei tanto você menina,
E você aprontou essa.
A dor é maior, pois dizia que me amava,
Trocávamos juras de amor, lembra?
Percebi que o tempo não foi meu amigo
Não parou para me avisar
Que o sofrimento viria à minha alma
Tudo ficou no nada, o vento levou,
As águas do rio não param,
Assim também é o sofrimento.
Suas palavras tão carinhosas,
Nas conversas no MSN, os papos longos,
As risadas, as queixas, os conselhos,
Em altas horas de noites perdidas.
Não sei mais chorar,
As lágrimas secaram
E você menina se foi
Deletando o meu coração.


PRECISO DIZER
(Almir Flora)


Eu prefiro silenciar-me,

Para mim as calúnias não criam efeitos

Palavras são ditas, jogam à lama

Mas as absorvo elegantemente

Não acendo o fogo da intolerância

Apenas procuro apagar o da ignorância

Se queres esse caminho o faça,

Meu escudo será sempre Deus,

E quem pode contra Ele?

Deixa ser eu o que sou,

E o que sou, adiciono

O que sou é pra construir

O que sou é pra carinhar

O que sou é pra amenizar dores

O que sou é pra amar os meus

O que sou é pra viver e deixar viver

Tira esse tormento em cima de mim

Em cima, cresça e vai à luta.

Verá que ao fazer o bem,

O bem se instalará em sua alma

Não mudarei, não tangenciarei,
Serei eu, como sou e como devo ser.
Ninguém muda sem querer mudar.